A rica faceta musicológica do Nordeste Transmontano, onde a gaita de foles, a flauta de tamboril, rabeca, cantares e pauliteiros, dão uma especificidade e um valor inigualável no panorama nacional. Contudo esta fertilidade musical, tropeça com a ausência de construtores de instrumentos musicais especializados e característicos do nordeste trasmontano.
A Mirandrum nasce, em 2008 em Palaçoulo, Miranda do Douro, precisamente da necessidade de fornecer aos tocadores e músicos, instrumentos de percussão com qualidade e acima de tudo mantendo as características e especificidades da música tradicional.
A Mirandrum veio, desta forma, colmatar um nicho de mercado específico.
Desde que surgiu em 2008 a Mirandrum tem vindo a crescer. Tornando-se uma referência no panorama nacional. Tocadores nacionais e estrangeiros (Brasil, Espanha e França) recorreram (com satisfação de parte a parte) aos nossos instrumentos.
A vontade da Mirandrum crescer esta latente naqueles que com a Mirandrum colaboram.
Pretendemos catalisar (e melhorar ainda mais a qualidade dos instrumentos) e ampliar o leque de instrumentos de percussão. Abrindo e entrando em novos mercados.
Pretendemos também avançar com oficinas/workshops abertos ao público, abrir as portas do atelier a visitas de estudo e de turismo e criar grupos de percussão.
Fazemos questão de manter o “saber” de raízes tradicionais, no que toca, à construção manual, utilização de materiais autóctones (madeiras, peles, cabedal), com a inovação (qualidade do produto, introdução de novas técnicas, materiais e tecnologias) e fomentar uma componente quer cultural, quer turística.
Monografia
Mirandum + Drum
Mirandum
A guerra de Mirandum
Chama-se em terras de Miranda do Douro, guerra de Mirandum, à guerra do pacto de família
em 1762, durante a qual esta cidade foi tomada pelo general espanhol Marquez de Sarria.
Há críticos que supõem que data da guerra de sucessão, sendo composta depois da batalha de Malplaquet na qual o Duque de Malbrough infligiu a terrível derrota à França. Em francês, pelo emprego arcaico de algumas frases também parece ser romance do tempo das cruzadas; Chateaubriand ouviu cantar esta música aos árabes da Síria. Outros afirmam que também a cantaram os mouros de Granada. Aqui é cantada em mirandês.
Mirandum se fui a la guerra
Mirandum, Mirandum, Mirandela
Num sei quando benerá.
Se benerá por la Pásqua
Mirandum, Mirandum, Mirandela
Se por la trenidade.
La trenidade se passa.
Mirandum, Mirandum, Mirandela
Mirandum num bene yá.
Chubira-se a ua torre
Mirandum, Mirandum, Mirandela
Para ber se lo abistaba.
Bira benir um passe
Mirandum, Mirandum, Mirandela
Que nobidades trairá.
Las nobidades que tráio
Mirandum, Mirandum, Mirandela
Bos ande fazer chorar.
Tirai las colores de gala
Mirandum, Mirandum, Mirandela
Ponei bestidos de luto.
Que Mirandum yá yê muorto
Mirandum, Mirandum, Mirandela
You bien lo bi anterrar.
Antre quatro ouficiales
Mirandum, Mirandum, Mirandela
Que lo iban a lhebar.
Drum
Do inglês tambor, rufar, tamborilar, tocar bateria/percussão